O hábito de deixar tudo para depois tem perseguido a vida de muitas pessoas.
Domingão à tarde, depois de um almoço bem “diet”, com direito a
feijoada, uma torta de nozes com bastante recheio de chocolate meio
amargo e um cafezinho doce para fechar o momento “domingueira” caem bem.
Melhor ainda, é dizer a mesma ladainha: “só hoje, pois amanhã mesmo vou
à academia queimar tudo isso na esteira”. No entanto, essa promessa
rola há um bom tempo e muitos domingos já foram palco desse discurso. E a
tão sonhada academia nunca recebeu a sua visita.
Segunda-feira chega e com ela a promessa de entregar três textos para
a produção do portal, onde você, agora, lê um deles; uma promessa feita
pelo autor que fala com você neste momento. Hoje, já é quarta-feira,
mas nada de texto! Dos três textos pedidos, somente um foi enviado para a
caixa de e-mail da solicitante. Quem sabe seja este o segundo texto?
Marcar de jantar na casa daqueles amigos do tempo de faculdade… Tão
sonhado encontro, sempre fica para depois. E o jantar já mudou de
cardápio várias vezes; afinal, passaram-se tantas estações desde a
primeira promessa!
Sim, o hábito de deixar tudo para depois tem perseguido a vida de
muitas pessoas. Este hábito tem um nome: procrastinação. Nome estranho,
não? Sim, bem estranho. Mas é algo que a maioria das pessoas vivem:
deixar para depois. Mas há algum mal nisso? Sim e não.
Vamos começar pelo mais fácil. Não há nada de mau deixar, às vezes,
para depois uma DR (discutir relação) se esta está para acontecer em
meio a uma “briga de ânimos”, quando, com certeza, não se chegará a uma
resolução acertada. Então, nada mau deixar para conversar sobre aquele
assunto “meio ácido” depois, quando ambas as pessoas estiverem dispostas
a falar e a ouvir num bom diálogo. Às vezes, precisamos deixar para
depois uma tomada de decisão que precisa ser maturada, bem refletida,
bem estudada. Catar penas não é tarefa fácil; então, nessa situação,
procrastinar seria muito bom! Mas esse hábito de “deixar para depois”
também pode ser, sim, um grande mal.
Um exemplo: há dias, você tem sentido falta de ar, taquicardia e
desmaios, mas, simplesmente, procrastina sua ida ao médico. Isso pode
lhe acarretar sérios problemas! Então, nada de deixar para mais tarde.
Fui extremista no exemplo, mas podemos perceber quando a procrastinação é
um mau hábito para nós, ou seja, quando constatamos um certo prejuízo
em nossa vida social. Quantos relacionamentos terminam, porque a pessoa
amada sempre é colocada para depois do futebol, depois do filme, depois
da festa etc. Alguns sintomas como estresse, ansiedade, angústia,
depressão e graves sentimentos de vergonha e culpa, frente ao não
“cumprimento de responsabilidades e compromissos”, podem indicar que
algo não vai nada bem!
A maioria das pessoas tendem a procrastinar aquilo que não lhes causa
muito prazer, como a declaração do imposto de renda, a conversa com a
sogra, a dívida do cartão, a dieta, a arrumação do armário. Mas é bem
difícil se procrastinar na hora de tomar um sorvete em um dia
ensolarado, dar um passeio no parque sábado à tarde, jogar um futebol no
fim de semana, assistir a um bom filme recém-lançado no cinema.
Fica, aqui, a dica para você lutar contra a procrastinação: encontre
sentido naquilo que, aparentemente, não lhe causa prazer, mas que, uma
vez realizado, o livrará de bons desprazeres!
Ao se determinar a fazer a declaração de imposto de renda no prazo,
por exemplo, você evitará vários desconfortos. Mas caso chegue a ponto
de não o declarar, você, com certeza, será chamado pela Receita Federal,
a fim de dar explicações. Além disso, terá de pagar multa e fazer a
declaração assim mesmo, mas, dessa vez, sem procrastinação! Caso esse
hábito lhe cause muito sofrimento, é interessante procurar ajuda, pois
pode ser o sintoma de algo mais sério.
Um famoso psicólogo americano Joseph Ferrari faz um comentário
bem-humorado sobre a tendência natural à procrastinação, citando que “a
maioria de nós começa o dia procrastinando quando aperta aquele botão do
despertador, que permite ficarmos na cama por mais cinco minutinhos”.
Ou seja, o equilíbrio sempre será um sinal de saúde!
Ufa, não procrastinei este texto, e não é que me deu um prazer de
missão cumprida escrevê-lo? Agora, é só enviá-lo para a produção do
Portal Canção Nova! Senão, procrastinarei o envio…
Tamu junto!
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