Controlar os impulsos não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível
Novelas, músicas, propagandas, outdoors,
um passeio no shopping… Cenas, fatos, situações e momentos que, muitas
vezes, estão recheados de um estímulo “mega-power-sexappeal”, ou seja,
estímulo sexual para todos os gostos! Somos provocados a ver sexo em
tudo!
Sobreviver a esse cenário torna-se, de
fato, uma “odisséia no espaço”, uma “guerra nas estrelas”, pois parece
que, a todo momento, somos chamados a uma espécie de sombra do mal, a
nos transformarmos de Anakin para Darth Vader! Oh, meu Deus, como
controlar tantos impulsos sexuais se, a todo momento, somos estimulados a
colocá-los para fora?
Alguns passos para sobrevivermos a este cenário tão louco.
Primeiro passo: controlar e não dominar
Não gosto muito da palavra “dominar”,
soa como algo ruim, que precisa ser contido, reprimido, e não creio que
Deus seja tão injusto a ponto de colocar, dentro de nós, os impulsos
sexuais e exigir de nós a repressão deles. Também não acredito que Ele
nos peça para os dominar como se fossem uma “força do mal” a ser
exorcizada.
Prefiro a palavra “controle”, ou seja,
como controlar os impulsos sexuais? Controle é o mecanismo pelo qual
medimos o resultado de um processo comparando-o a um valor desejado.
Então, controlar os impulsos sexuais é ser capaz de viver os desejos, as
vontades a partir do valor que temos e do valor que damos ao outro.
Quando partimos da relação de valor, conseguimos controlar os impulsos
e, assim, dar a eles um destino mais pleno e prazeroso.
Segundo passo: canalizar os desejos
Somos homens e mulheres com desejos. Os
impulsos sexuais não estão em nós como algo desconexo, mas dizem de
nossa identidade. Vou além: eles dizem de nossa identidade de filhos de
Deus.
O Senhor nos criou homens e mulheres.
Não tem essa de “Deus, tire de mim os desejos sexuais!”. Não! Sinto
muito lhe dizer, mas Ele não os tirará! Eles estão aí para serem
canalizados. São os desejos que levam um homem a se encontrar com uma
mulher, são impulsos, forças que nos levam a viver uma relação. O que
precisamos pedir é: “Deus, ajude-nos a canalizar esses desejos sexuais
para uma vida mais plena e saudável. Ensine-nos canalizar o que
sentimos, baseando-nos no valor que temos e possuímos”. Se temos bem
claro, na cabeça e no coração, que somos chamados a viver um amor total,
fiel, livre e fecundo, daremos conta de canalizar nossos impulsos para
relações totais, fiéis, livres e fecundas. Quando vier o impulso sexual,
de querer o outro para nós, podemos, nessa hora, usar essa força para
termos o outro dentro de nós, como alguém que merece nosso amor, nosso
valor!
Diante de uma linda mulher, que chame sua atenção – sexualmente falando – você pode:
a) olhar, desejar e trazer para sua mente como uma possibilidade de tocar, manipular e obter prazer! Ou;
b) olhar, apreciar e trazer para sua mente como uma realidade de amar, valorizar e promover.
Você escolhe (a) ou (b), ou seja, ao ver
uma mulher muito bonita, você teve o impulso sexual, a atração, o
desejo por ela, mas, nessa hora, escolhendo a alternativa (b), canalizou
esse impulso e o enobreceu, não o reprimindo. Deu a ele um lugar de
nobreza! Sabe aquela passagem da Bíblia que diz: “É do coração humano
que saem coisas boas e ruins?” Então, você vê e, no coração, dá destino
ao impulso que surgiu! Escolha (a) ou (b).
Terceiro passo: Conhecer a força da força!
Todos temos impulsos sexuais. Isso é
inerente ao nosso ser! Mas precisamos conhecer esses impulsos, saber a
força deles, ou seja, saber quando surgem, quando é mais ou menos
intenso, o que faz dentro de nós, o que fazer quando eles vêm.
Conhecê-los é a melhor maneira de controlá-los, e identificá-los é o
jeito de melhor encontrar um destino para eles. As pessoas perdem essa
batalha quanto querem lutar contra algo que não conhecem. Não se trata
de uma luta contra algo do mal, mas sim para integrar isso que faz parte
de você. É uma luta para juntar: impulso sexual+valor+amor+Deus. Por aí
vai! Sem autoconhecimento não há vitória.
Quarto passo: Fugir ou encarar?
Quando conhecemos nossos impulsos
sexuais, a força que eles têm, o lugar e as situações para aonde querem
nos levar, podemos ficar em uma encruzilhada: encarar ou fugir? Na
verdade, os dois. Encarar, tomar conhecimento ou fugir, ou seja, viver
esse processo que acontece depois do “encarar”, isto é, perceber e,
depois, por saber que não daremos conta, fugir. Mas sabendo do que está
fugindo.
Muitas vezes, não escutamos o movimento
que rola em nosso interior e ficamos mais presos às relações por medo de
nós mesmos. Fugir, conhecendo e buscando compreender do que estamos
fugindo, para ficar mais fortes para o próximo combate. Pois ele virá!
Nessa hora, é preciso se perguntar: Quais meus pontos fracos? Onde sou
mais vunerável? O que me desordena afetivamente? Mais uma vez,
conhecer-se é a arte de se controlar!
Quinto passo: Retornando ao estado de Jedi
No epsisódio ‘O Retorno
de Jedi’, podemos ver como Luke acredita na bondade existente ainda em
Darth Vader; e por acreditar nisso, assistimos, numa cena fantástica, a
“redenção de Vader”. Enquando o Imperador Palpatine estava para matar
Luke com uma rajada final, Darth Vader, com o seu braço, ou melhor, com o
que restou dele, agarra Palpatine e o lança no poço do reator principal
da Estrela da Morte, destruindo, definitivamente, o diabólico Senhor
dos Sith, assim concluindo a profecia na qual os Sith são exterminados.
Vader torna-se, novamente, Anakin
Skywalker. Sim, ele volta a ser o que era! E o que isso tem a ver o com
controle dos nossos impulsos sexuais? Tudo! Muitas vezes, somos como o
jovem Anakin, que se deixa levar pela corrupção do mal. Nós, às vezes,
nos deixamos levar pela corrupção da pornografia, do sexo fora do
casamento; enfim, por uma vida sexual sem a marca do amor verdadeiro
como Deus pensou; consequentemente, passamos a viver como Darth Vader,
escravos de nossos impulsos e não senhores deles!
Assim, quero lhe dizer: sempre podemos
recomeçar. Há, em nosso coração, um profundo desejo de amar de verdade e
viver a plenitude do que somos. Nossos afetos, desejos e vontades,
ordenados para o amor verdadeiro, sempre nos fazem retornar ao que de
melhor nós temos e somos. O sacramento da confissão, a Eucaristia, uma
vida de oração sincera e um bom diretor espiritual são nossas armas para
vencer. Mesmo quem ao ler este texto você se sinta incapaz de dar uma
resposta mais cristã perante uma vida de erros, eu quero lhe dizer que
foi com o que restou de um braço que Darth Vader venceu o imperador do
mal. Acredito que, dentro de você, restou muito mais que um braço,
restou a vontade de ser feliz e amar de verdade. Então, não perca tempo e
recomece!
Esteja aberto para conquistar o Céu!
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