sábado, 31 de maio de 2014

Os homens em quem podemos nos espelhar

Precisamos ser homens de verdade, que expressam coragem, emoção e responsabilidade
 
Sei que muitos de nós, homens, temos tendência para sermos mais práticos, para buscarmos as soluções dos problemas em vez de nos envolvermos neles e falar deles. Às vezes, entramos em nossa ‘caixinha do nada’ para sobrevivermos. Sim, ‘caixa do nada’. “Ei, o que você está pensando?” “Nada”. “Te fiz algo?” “Nada”. Nada é nada mesmo. Isso nos faz viver a vida de maneira mais livre, mas que nosso ‘segredo do nada’ não nos impeça de nos envolvermos no que vale a pena! Homens de verdade expressam poder e misericórdia. Coragem e emoção!

Fico impressionado com o jeito de Jesus. Ele era amigo, encorajava e ensinava os discípulos, era um Pai para eles e para o povo. Jesus, às vezes, ria com eles, ia para as festas com a galera, mas também batia o pé em questões em que até mesmo os discípulos mais próximos discordavam. Era firme quando preciso e sabia se colocar em cada uma das situações.

Gostamos de proteger o que nos é sagrado e importante, especialmente as mulheres. Temos um desejo de doar nossas vidas a ponto de doer! Basta olhar para a maioria dos heróis que foram criados pela nossa imaginação, pela literatura e pelos filmes. Eles dão a vida por amor. Como fazemos para doar nossa vida à nossa maneira? Lembro aqui o que o tio do Homem Aranha disse a ele, no primeiro filme, antes de ser assassinado: “Grandes poderes requerem grandes responsabilidades”. É isso mesmo! O “poder” que nos foi dado de sermos homens tem como anexo, “de quebra”, grandes responsabilidades. Tá a fim de assumi-las?
Lembre-se de quando era criança e brincava com seu carrinho, que sempre o transportava para outras realidades. Com certeza, você o pegava e imaginava que estava levando alguém dentro dele, não é? Meu primeiro carrinho foi uma ambulância que acendia as luzes da frente e fazia o barulho da sirene. Sempre pensava: “Saia, saia da frente que preciso chegar até o hospital”. Esse desejo de proteção e de responsabilidade é parte de nós homens. Mesmo tendo esquecido, essa sensação está guardada em nossa lembrança.

Precisamos ser homens de verdade, que expressam coragem, emoção e responsabilidade

Lá, no fundo do coração, a mulher quer mesmo um homem que a faça feliz e cuide dela. O mundo vive nos dizendo para curtir a vida agora e nos preocuparmos com coisas sérias depois. Mas nosso coração não funciona dessa maneira. Cada pedacinho de masculinidade em nós protesta contra isso! Deus nos criou para sermos guerreiros, para lutarmos pelo que é certo e pelo verdadeiro amor. Isso não é um sonho.

Lembro-me da cena do filme ‘Gigantes de Aço’, no qual o Charlie entrega seu filho, Max, aos cuidados de sua cunhada por não ter condições e disposição para educá-lo. Estava literalmente fugindo da luta! Fica bem claro que o garoto já o amava e queria ficar com ele. O pai (Charlie) então, indignado, diz: “Você sabe que não consigo cuidar de você, não sou o que você merece. O que quer que eu faça?”. Nessa hora, com os olhos cheios de lágrimas, Max fala algo que tirou meu fôlego: “Eu só queria que você lutasse por mim”.
Somos homens livres, racionais, com um pé na terra e outro na eternidade; temos inteligência para influenciar, direcionar e formar este mundo, fazendo-o valer a pena. Qual sua resposta diante dessa proposta? Qual a sua luta? Por onde recomeçar?

Nossa masculinidade não está encerrada em nosso corpo sarado e viril, mas sim em todo nosso ser. Não dá para pensar que o homem é aquele ‘ogro’ que não sabe ser corajoso e, ao mesmo tempo, acolhedor. Não é irônico que, um dia, o mundo tenha sido convidado a escolher a sua resposta a partir dessas duas visões de homem?

No dia do julgamento de Jesus, diante de Pilatos, foram apresentados dois modelos de homem: Jesus, o revolucionário do amor, homem de coragem e emoção, leão e cordeiro; e Barrabás, um revolucionário e lutador que matou por uma causa pessoal. “Bar Abbas” em hebraico significa “o filho do pai”.
E quem o povo escolheu?

Antes de o povo dar a resposta, Pilatos tentou mostrar quem, de fato, era homem verdadeiro: Ecce Homo! Eis o Homem! Foi o que ele disse! Mas não escolheram Jesus, ao contrário, O mataram!
Tentei mostrar o modelo de homem no qual precisamos nos espalhar. Mas a resposta é sua, homem! Então, qual modelo você irá seguir? Dentro de você, quem ficará vivo?Jesus ou Barrabás?

Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Cursou Filosofia no Instituto da Comunidade e é acadêmico de Psicologia na Unisal (Lorena). Atua na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Mais que um programa, o Revolução Jesus é uma missão que desafia o jovem a ser santo sem deixar de ser jovem. Dessa forma, propõe uma nova geração: a geração dos Santos de Calça Jeans. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!" e "Quero um Amor Maior"

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