Tema foi proposto pelo Papa Francisco para reflexão durante a quaresma.
Mensagem pede combate à pobreza, fim de injustiças sociais e violência.
Secretário-geral da CNBB, dom Leopoldo Steiner (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou nesta quarta-feira (18) a 52ª Campanha da Fraternidade, na sede da entidade, em Brasília. Neste ano, o tema do projeto é "Fraternidade: Igreja e sociedade", e o lema "Eu vim para servir", tema proposto pelo Papa Francisco para as igrejas mundiais para o período da quaresma.
De acordo com o secretário-executivo da campanha, Luiz Carlos Dias, o Papa pede que discípulos vivenciem a quaresma com reflexão, participando de todas as dinâmicas da sociedade e servindo aos outros.
"No teor da mensagem, ele exorta a vivência da quaresma, a apreciação do tema, reflexão, para que dessa forma a igreja possa contribuir especificamente em relação a esse tema na sociedade, tendo em vista a superação da situação de injustiça em busca de uma sociedade justa e fraterna", disse.
Dias afirmou que durante a campanha, o CNBB pretende impulsionar a coleta de assinaturas para o projeto de iniciativa popular de reforma política a ser enviado para o Congresso Nacional. "Precisamos de 1,6 milhão de assinaturas, quase 2 milhões. Precisamos do empenho das comunidades para esse projeto", disse.
O secretário também falou sobre a campanha lançada no ano passado para combater a violência ("Somos pela Paz") e comentou sobre a preocupação com os segmentos mais pobres da sociedade.
Reforma política
O presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, afirmou que a OAB e a CNBB, junto a outras cem entidades da sociedade civil, se uniram para levar o projeto à frente. "A Campanha da Fraternidade traz a necessidade de a Igreja se aproximar da sociedade e contribuir com mudanças importantes, e a população brasileira exige a reforma política, que venha a ampliar a igualdade de participação de todos nas disputas eleitorais", disse.
"Não queremos um sistema político em que o fato de alguns candidatos amealharem mais recursos financeiros ser fator decisivo sobre quem serão os eleitos. Isso está no germe dos grandes desvios de conduta e também de representatividade do sistema eleitoral brasileiro. A OAB e CNBB, junto com outras cem entidades civis, estão aliadas na defesa de reforma política democrática que exclua o poder excessivo do dinheiro em campanha."
Durante o evento, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, falou sobre o papel do Estado na busca de políticas públicas para combate a fome e a pobreza. "Nosso compromisso com a Campanha da Fraternidade é procurarmos, dentro das nossas limitações, colocarmos em prática o ensinamento de Jesus, 'vim para servir", disse.
Ananias falou em buscar 'pontos de convergência' entre a campanha e o desenvolvimento agrário no país. "A aliança é muito clara, a meu ver. A campanha da fraternidade fala em igreja e sociedade, portanto devemos procurar os pontos de convergência entre Estado democrático de direito, que é o Estado laico, mas que também devemos incorporar valores éticos da tradição cristã católica", disse.
O ministro disse ainda que o país ainda vive um modelo ultrapassado na política. "Vivemos num modelo passado, do súdito, vivemos experiências históricas de autoritarismo, mas estamos construindo um novo modelo, da participação popular, onde [as pessoas] exercem definitivamente o seu poder", disse.
FONTE: Portal G1
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