Em resumo: estamos bastante próximos do dia em que o novo sistema operacional da Microsoft estará disponível para ser instalado nas máquinas dos usuários.
Windows 10 (Foto: Reprodução/Microsoft)
Vamos então responder algumas questões para tentar destrinchar o assunto juntando informações fornecidas pela própria MS em seus eventos sobre Windows, obtidas em artigos de analistas de TI e incluídas em sítios especializados no novo sistema.
Então, mãos à obra; Vamos às perguntas, começando pela mais importante:
O que é Windows 10?
A resposta mais simples seria: “Windows 10 é a mais nova versão do sistema operacional da Microsoft”. Mas isso, embora verdade, seria simplificar demais as coisas. Windows 10 é muito mais que isso. Não somente é uma versão inteiramente nova como adotará um sistema de comercialização totalmente diferente (o “SaaS”, ou “Software as a Service” que será discutido adiante) e foi desenvolvida passo a passo ouvindo – e respeitando – as opiniões do usuário. Windows 10 é a revisão mais completa e radical de uma versão do sistema operacional jamais realizada em toda a história de Windows.
Quanto custará?
No princípio, e para a maioria dos usuários, nada. Sim, parece inacreditável, mas durante o primeiro ano a partir da data do lançamento, os usuários que tenham instalado em suas máquinas cópias de Windows 8.1, Windows 8 e Windows 7 (que, juntos, perfazem cerca de 75% dos usuários de sistemas operacionais para máquinas de mesa) se assim o desejarem, receberão o Windows 10 como uma atualização regular de sistema a custo zero e nada mais terão que pagar por ela enquanto a mantiver instalada (há quem diga que isto ocorrerá independentemente da cópia substituída ser ou não legal, mas este ponto não foi oficialmente confirmado).
Quanto aos usuários de cópias de outras versões de Windows, como Vista e XP (o sistema que se recusa a morrer e que, surpreendentemente, quatorze anos depois de seu lançamento e já sem receber suporte oficial da MS, ainda detém 16% dos usuários, uma fatia de mercado maior que a detida pela soma dos usuários de Windows 8 e 8.1), ainda não se sabe se terão que pagar e, caso positivo, quanto. Como ainda é igualmente nebuloso o fato de quanto será cobrado pelo sistema após transcorrido o primeiro ano depois do lançamento.
Quando será lançado?
De acordo com a palavra oficial da MS, o lançamento se dará “ainda neste verão” (lembrando que o verão no hemisfério Norte corresponde a nosso inverno). Isto é o que está confirmado. Mas fontes bem informadas especulam que o lançamento será feito na segunda quinzena de julho próximo. E há quem especule, já que Windows 10 será instalado como uma atualização regular e como a MS distribui atualizações sempre às terças-feiras, que o lançamento será feito ou 21 ou 28 de julho. Mas isto, em minha opinião, já é especular demais…
O que é o programa “Windows Insider”?
O “Windows Insider” é um programa criado pela MS em 30 de setembro de 2014 (ao qual esse imodesto colunista que vos escreve aderiu pouco mais de um mês após o lançamento) que permite aos usuários interessados no desenvolvimento do sistema (e, sobretudo, em dar “pitacos” sobre ele) instalar em suas máquinas as sucessivas etapas de desenvolvimento (“builds”) do sistema operacional à medida que vão sendo liberadas pela MS.
O programa possibilita não apenas que os usuários acompanhem as mudanças introduzidas no SO ao longo do processo de desenvolvimento como também oferece um canal de comunicação entre esses usuários e a MS para que possam interferir no processo de desenvolvimento fazendo sugestões e exprimindo suas opiniões sobre tais alterações (o canal é denominado “hub de internas”, uma péssima meia tradução de “Insider Hub”, cuja interface pode ser vista na Figura 2). Além disto o “Hub” fornece informações relevantes sobre as novas funções introduzidas, oferece artigos sobre as novidades mais importantes e provê uma página de Alertas.
Hub de internas (Foto: Reprodução/Microsoft)
No final de janeiro passado havia um milhão e meio de usuários participando ativamente do programa e, o que é mais importante, suas opiniões têm sido efetivamente respeitadas pela MS, que já efetuou diversas alterações no sistema para atendê-las. Um bom exemplo é o retorno das janelas translúcidas da interface “Aero Glass” de Windows 7, reintroduzidas por sugestão dos “Insiders”, assim como diversas melhorias e alterações no Menu Iniciar (que, por sua vez, também é um resultado do clamor dos usuários de Windows 8.x contra seu desaparecimento).
Uma observação pessoal: ao que parece, após o desastroso fiasco de Windows 8, a MS aprendeu ama valiosa lição: seus usuários têm, sim, uma clara opinião formada sobre o que esperam de uma boa interface e sabem, e muito bem sabido, o que querem. E não admitem que lhes seja enfiada goela abaixo uma versão de interface que não lhes satisfaz, concebida por algum pseudo-gênio visionário, simplesmente se recusando a usá-la.
O respeito à opinião do usuário, materializado pela criação do programa “Windows Insider” e que eu venho acompanhando quase desde seu início, tem se consubstanciado em um sistema cada vez mais intuitivo, amigável e simples. Se isto vai resultar na adesão em massa de usuários, não sei (particularmente estando os usuários de máquinas de mesa tão ressabiados com a péssima interface de Windows 8 quando operada com teclado e mause), mas posso apostar que certamente não resultará na repulsa coletiva que a interface de Windows 8 inspirou nos usuários de Windows 7
Quantas serão as versões de Windows 10?
A MS não se manifestou oficialmente sobre o assunto. Por enquanto os analistas presumem que, para usuários comuns, haverá ao menos as seguintes versões:
- Windows 10 Home;
- Windows 10 Professional;
- Windows 10 Mobile (para dispositivos móveis de telas pequenas sensíveis ao toque);
- Windows 10 Enterprise (para corporações).
Além disso, espera-se (mas nada há de oficial à respeito) que exista um Windows 10 mais “leve” para rodar em dispositivos com processadores menos potentes como os ARM, uma versão “industrial” que equipará quiosques e pontos de venda, uma versão específica para equipar o “Surface Hub”, o sistema de trabalho em conjunto da MS baseado em uma tela grande sensível ao toque e interativa, além de versões embarcadas para dispositivos conectados via “Internet das coisas”, que vão de carros a geladeiras. Haverá ainda outras, igualmente específicas e apenas fornecidas previamente instaladas em dispositivos. Mas as de uso comum, que podem ser instaladas pelo usuário, são as quatro listadas acima.
Quando uma nova versão sucederá Windows 10?
De acordo com os planos atuais da MS, nunca. Windows 10 será a derradeira versão de Windows. Mas isso não quer dizer que a empresa planeja o fim do sistema operacional, tem a ver apenas com a nova modalidade de distribuição do sistema mencionada no início, ou seja, “Software como Serviço” (“SaaS”).
Nesta modalidade, a evolução do sistema não será materializada via instalação de nova versão, como vinha sendo feito até agora (de Windows 3, a primeira versão “usável” de Windows lançada em 1991, até Windows 8, passando por todas as versões intermediárias). A evolução, mesmo quando implicar uma etapa de mudanças radicais, será feita automaticamente através do mesmo processo de atualização do sistema que é adotado hoje, o “Windows Update”.
E a MS pretende deixar isso claro fazendo com que o próprio Windows 10 seja transferido para as máquinas dos usuários usando este procedimento. Resumindo: Windows não deixará de evoluir. Apenas esta evolução não mais se dará abruptamente, com a instalação de toda uma versão completa (exceto na primeira vez, naturalmente), mas sim de sucessivas e regulares alterações instaladas via Windows Update, independentemente da interferência do usuário. A exceção será a versão Windows Enterprise, que permitirá aos administradores de sistema escolher quando e quais atualizações serão instaladas, devido à necessidade de manter a homogeneidade do parque de máquinas instaladas.
O que é Cortana?
Ou, talvez ficasse melhor, “quem é Cortana?”…
Cortana é a “assistente digital” de Windows 10, que cumpre os papeis de Siri nos Apple e Google Now no Android. Funciona como se a assistente estivesse permanentemente “escondida” dentro dos dispositivos que rodarão Windows 10, permanecendo atenta à forma pela qual o usuário utiliza o sistema, seus contatos, suas mensagens e coisas que tais, familiarizando-se assim com o comportamento do usuário e agindo de acordo com o que depreendeu de sua personalidade.
Ela é acionada por comandos de voz e “responde” igualmente via voz, chegando ao ponto de manter uma conversação com o usuário. Infelizmente, para nós cá do patropi, Cortana ainda não é versada em nosso idioma. Segundo a MS, ela só irá aprender português em 2016.
O que são os “Aplicativos Universais” do Windows 10?
Aplicativos Universais de Windows 10 são versões especiais de programas capazes de rodar sem alterações perceptíveis (exceto, naturalmente, no que toca à interface) em qualquer dispositivo onde Windows 10 esteja instalado, independente da forma de acionamento (tela sensível ou não) e do tamanho da tela.
Isto permitirá o acesso aos arquivos criados por estes programas de qualquer dispositivo, permitindo que os ditos arquivos sejam vistos, editados e regravados. Se estes arquivos estiverem armazenados na nuvem, podem ser acessados pelo aplicativo universal que os criou a partir de qualquer dispositivo.
Isso permitirá, por exemplo, começar um trabalho na máquina de mesa do escritório, dar prosseguimento a ele no Windows Phone no metrô, voltando para casa, e encerrá-lo no micro portátil ao chegar em casa.
A MS anunciou o lançamento da versão 2016 de seu pacote Office para o segundo semestre deste ano, informando que seus aplicativos serão universais e, na recente edição 2015 de seu evento “BUILD”, voltado para desenvolvedores, anunciou que colocava à disposição desses desenvolvedores ferramentas de programação específicas para a criação de aplicativos universais
O que é o “Continuum” em Windows 10?
Continuum é uma funcionalidade agregada ao Windows 10 que permite aos aplicativos que rodam em Windows 10 adaptarem sua interface com o usuário ao fator de forma do dispositivo em que está rodando (é, portanto, uma funcionalidade chave para que os aplicativos universais sejam bem sucedidos, mas não se aplica apenas a eles).
Por exemplo: se um dispositivo móvel tipo notebook ou tablete dispõe de uma tela sensível ao toque e de um teclado removível e está rodando Windows 10 com o teclado conectado, caso o usuário remova o teclado durante uma tarefa, a interface se ajusta e ativa imediata e automaticamente ao modo “tablete”, que faz com que todos os aplicativos carregados passem a rodar em tela cheia, aumenta ligeiramente o tamanho dos ícones e permite que o usuário acesse o Menu Iniciar no estilo Windows 8 (embora bastante aprimorado). Tudo isto é controlado pela funcionalidade “continuum”.
Sim, muita, mas afinal isto não é um tratado sobre Windows 10, é apenas uma coluna que pretende atualizar os leitores sobre os aspectos mais relevantes do sistema. Porém, sem entrar em detalhes, dá para lembrar de:
- “Windows Holographic” e “Microsoft Hololens”, uma dupla de dispositivos que permite criar um ambiente de “realidade expandida” tridimensional;
- O Projeto Spartan, que resultou no desenvolvimento de um novo navegador, o sucessor do Internet Explorer, cujo nome oficial será Edge e que apresenta características revolucionárias como a tomada de anotações diretamente na página que está sendo exibida, compartilhamento de itens contidos na página e alteração do modo de exibição para facilitar a leitura;
- Integração completa com o dispositivo XBox: Windows 10 oferecerá um aplicativo denominado XBox que transformará seu micro em um console para jogos XBox;
- A completa integração de Windows 10 com a “Internet das coisas”;
E mais umas tantas novidades interessantes.
Mas logo vocês tomarão conhecimento delas.
Afinal, faltam apenas dois meses para que muito provavelmente Windows 10 se abolete em seu computador.
É só esperar até lá e começar a explorar o sistema.
B. Piropo
Via TechTudo
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