Talvez você já tenha ouvido falar do WiGig. Se não, talvez não demore a se familiarizar com o nome: muito mais rápida que as redes Wi-Fi atuais, a tecnologia deve começar a chegar ao mercado até o final deste ano. Pelo menos é o que sinalizam empresas como Qualcomm, Intel e Samsung.
Formalmente conhecido como 802.11ad, o WiGig tem este “apelido” em alusão à sua frequência: a tecnologia funciona à taxa de 60 GHz (gigahertz). As redes Wi-Fi que conhecemos hoje trabalham nas chamadas faixas ISM (Industrial, Scientific and Medical) que compreendem, entre outros, intervalos de 902 MHz a 928 MHz e 2,4 GHz a 2,485 GHz.
Esta enorme diferença é, em essência, a característica que torna o WiGig tão rápido. Estima-se que, em condições laboratoriais, a tecnologia possa transmitir dados à taxa de 7 Gb/s (gigabits por segundo) apenas em um único canal.
Em situações cotidianas, esta velocidade deve cair por causa das frequentes adversidades, mas ainda assim se mantendo em níveis mais expressivos que no 802.11ac, as especificações Wi-Fi mais atuais, cuja velocidade máxima em um canal simples é de 433 Mb/s (megabits por segundo).
A tecnologia tem outras vantagens: é mais eficiente no consumo de energia (as baterias dos nossos gadgets agradecem) e menos suscetível a interferências causadas por outros equipamentos.
Diante de todas estas características, a indústria vislumbra o WiGig sendo utilizado na criação de redes locais capazes de transmitir muito mais dados simultaneamente – requisito para streaming em 4K, por exemplo – como também em substituição aos cabos que usamos para conectar nossos dispositivos.
A Qualcomm é uma das companhias mais engajadas com o padrão. O poderoso SoC Snapdragon 810, um dos lançamentos mais esperados da companhia para o ano, será compatível com o WiGig. Na CES 2015, que aconteceu recentemente, a empresa também apresentou um roteador baseado na tecnologia.
2015 deve mesmo marcar a chegada do 802.11ad ao mercado. Além da Qualcomm, a Intel está se preparando para explorar a tecnologia neste ano, mas focando-se em laptops. Companhias como Samsung e Sony já confirmaram planos de abrir o caminho em relação a dispositivos móveis e outros eletrônicos.
Só não dá para esperar que o WiGig venha para tomar o espaço dos padrões Wi-Fi que usamos hoje. Transmissões em 60 GHz são mais facilmente bloqueadas por paredes e tetos, portanto, funcionam bem apenas em ambientes com poucos obstáculos. Mas, com o aprimoramento da tecnologia nos próximos anos, quem sabe?
Com informações: MIT Technology Review
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