Provérbios 6:6 - ¶ Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos, e sê sábio.
Uma das ênfases do livro de Provérbios chama nossa atenção para a atitude do trabalhar. Para Salomão, o rei sábio, trabalho é uma postura carregada de valor e de virtude. Foi por isso que ele associou com as formigas a postura de trabalhar: “Preguiçoso – aprenda uma lição com as formigas. Elas não têm líder, nem chefe, nem governador, mas guardam comida no verão, preparando-se para o inverno” (Provérbios 6:6-8).
O objetivo de Salomão não foi, evidentemente, dar-nos uma lição de entomologia – porque, ao que parece, as formigas possuem uma espécie de governador, que é a “rainha”. Só que a rainha, na verdade, é uma das formigas mais ativas, cumprindo a especialíssima função que é gerar toda a população do formigueiro. Na colônia das formigas, ninguém vive na ociosidade. Operárias, soldados, rainha, cada indivíduo tem uma função e gasta a sua vida inteira cumprindo sua parte do todo.
Até hoje, como fez Marx, procuramos a relação adequada entre o capital e o trabalho. Para nossa grande perda, nunca exploramos adequadamente a teologia bíblica do trabalho. O Senhor criou o “ser” e o “fazer” como as duas faces da mesma moeda. Quando o trabalho expressa naturalmente as características essenciais do ser, o binômio bíblico se completa. Somos a imagem e semelhança do Criador. Por isso, quando não nos entregamos ao poder paralisante da ociosidade – seja ela física ou espiritual – continuamos em nós e ao redor de nós, os desígnios de um Deus que “trabalha até agora” (João 5:17). É uma vergonha ver que até formigas imitam o Senhor, enquanto que alguns de nós, muito mais privilegiados e dotados pelo Criador, não sentimos nenhum escrúpulo em viver a inutilidade do mero expectador!
| Pr. Olavo Feijó
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